Na minha concepção, o que impulsiona um indivíduo a ação de fotografar é o desejo por registrar situações e momentos os quais gostaria de rever, relembrar. Não importa se este momento tenha ou não uma motivação significante, o que vale para o fotógrafo é aprisionar, enquadrar, aquele intervalo único de tempo, em um espaço de papel, ou ainda (com o advento da fotografia digital), num arquivo fotográfico virtual.
Para mim, a mais amadora das mais amadoras nessa arte, que esquece com uma facilidade absurda as noções básicas de manipulação de uma câmera profissional, e vive enchendo o saco da professora para rememorar a utilidade de cada um daqueles botõezinhos “e o que seria mesmo o diafragma ou o obturador”... Fotografar é uma paixonite contida, que em dados momentos não consigo ocultar.
Não posso responder a âmbito geral, a questão que entitula essa pequena dissertação por achar que cada pessoa fotografa por razões e desrazões muito particulares. Portanto, hei de focar as razões e desrazões que costumam me levar a fotografar. Acredito ser esta uma atividade de muitos, mas um dom de poucos, se o analisamos na plenitude das aplicações da técnica, e mais que isso, do dom.
Sim! Fotografar é um dom! Pois se trata de uma arte, e o dom das artes não foi concedido a todos, apesar de muitos se darem à ela ( a arte) como terapia. Fotografar é um dom, e como todo o dom, não está passível de ser guardado, quem o tem não suporta o sacrifício de mantê-lo obscuro, mesmo sem entender a fundo sua existência.
Sem modéstias falaciosas, e assumindo a preguiça e falta de tempo para empregar à técnica, me confesso ser uma portadora desse dom. Que me inquieta à procura do melhor enquadramento, luz, ângulo... Uma paixonite que me persegue, me fazendo imaginar molduras invisíveis a tudo que gostaria de guardar além da memória.
domingo, 21 de março de 2010
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